quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Conhecer para não julgar

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Neste tempo que vivemos e a que chamamos a era da globalização, em que a comunicação é cada vez mais fácil e o conhecimento do outro mais difícil, somos levados a pensar que tudo sabemos e sobre tudo somos capazes de opinar. Mas será que ,de facto, sabemos bem o que à nossa volta se passa? Será o nosso conhecimento correcto e bem fundamentado?

Uma das áreas de que muito se fala e sobre a qual abundam julgamentos de toda a ordem é a das Religiões. Fala-se bem, fala-se mal, tecem-se os mais variados comentários e são notícia de primeira página, quando um qualquer acontecimento com elas se relaciona ou um conflito mais ou menos grave é por elas motivado ou potenciado. O desconhecimento do outro e das suas convicções leva a julgamentos superficiais e , frequentemente injustos.

Conhecer sem julgar, é urgente e necessário. Nesta perspectiva a UST pensou e conseguiu propor aos seus alunos uma aula de Estudo Comparado das Religiões. Aceitou leccioná-la o Pe. Mário Duarte, Vigário de Tomar, que, com os seus conhecimentos e abertura de pensamento nos tem conduzido às raízes do fenómeno religioso para que possamos compreender e aceitar a diferença como caminho para a tolerância. Sendo a espiritualidade uma componente intrínseca do ser humano absolutamente necessária à sua felicidade, conhecer e respeitar as várias formas como se manifesta é caminho para a construção da Paz. Munidos destes novos conhecimentos poderemos ser agentes transformadores duma sociedade ainda muito imbuída de preconceitos e de medos que nos impedem de aceitar aquele que exprime a sua religiosidade de forma diferente, em vez de, com ele, começarmos a construir um mundo mais belo, porque mais fraterno.

Suzete Ferreira

4 comentários:

Teresa Lemos disse...

Cara colega, gostei muito do seu apontamento e partilho inteiramente da sua opinião. Seremos mais audazes e conscientes,se tivermos mais conhecimentos, isto obriga-nos auma maior tolerância perante os outros e perante a nossa existencia.Procuremos acima de tudo a paz entre irmãos.Teresa Lemos

M. Hercília Carvalho disse...

Estou inteiramente de acordo com o pensamento da nossa colega Susete. Desde sempre, as religiões estão intrinsecamente ligadas à cultura humana,dela fazendo parte e sendo muitas vezes a origem de graves conflitos entre povos e nações. Em seu nome se cometeram as maiores atrocidades.
Mas elas persistem, crescem e nascem novos ramos que proliferam por esse mundo afora.
O que verdadeiramente interessa, é que o Homem perceba que há vários caminhos que fazem sentido para chegar ao mesmo fim, mantendo um determinado sistema de crenças e valores, nos quais se incluem valores morais e códigos de conduta nas sociedades em que se inserem.
E só com uma maior abertura de espírito, da consciência e da tolerância chegará o tempo, não muito distante, espero, em que as religiões se poderão aproximar para, em seu nome, haver finalmente paz no mundo.

Unknown disse...

Parabéns pela mensagem do texto!
É facto que as Religiões não são objecto de estudo para a generalidade das pessoas - e tavez por isso seja frequente encontrar pessoas que se atrevem a discutir religião com os conhecimentos que adquiriram para fazer a primeira comunhão, sujeitando-se a fazer a mesma figura que fariam se, em adultos, tentassem vestir o fato da mesma primeira comunhão!
Mas ao falar-se do estudo das religiões também será bom não esquecer só se chega à compreensão (que em muitos casos terá de se resumir a aceitação) de uma religião pela Fé (se o Homem tivesse caoacidade para comprender os mistérios da Religião seria Deus),


















ainda que, em mutas matérias, não haja contradição insanável entre Fé e Razão. António M. de Carvalho

Isabel Fernandes disse...

Gostei muito do texto da Susete e concordo em absoluto com as ideias expostas.
Gostaria também de realçar e agradecer ao Padre Mário não só por ter aceite o nosso repto como também pela dedicação e empenho...dados todos os seus afazeres ser-lhe-ia fácil recusar mas não, aceitou e aí está ele de corpo e alma ...Bem haja !...
Que todos nós aprendamos com o seu exemplo e que sejamos capazes de aceitar os outros com as suas ideias e diferenças.

"Natureza e Bem-estar" no Horto do Amor