A professora e coordenadora da UST também partilha o Natal da sua infância como incentivo. Recordar é viver.
Toda a gente tem histórias e memórias de Natal. Os natais da minha infância eram simples e pobres, porque não havia dinheiro para brinquedos, mas havia tempo para brincadeiras! Brincadeiras que não custavam dinheiro ou uns poucos tostões… A minha avó, com quem vivíamos desde que ficámos órfãos de pai, ia ao mercado, dias antes do Natal, comprar pinhas, punha-as junto ao fogão a lenha, para que elas, com o calor, largassem os pinhões. E que cheirinho se espalhava pela casa! Era o cheiro dos primeiros dias de Natal! Os pinhões serviam de divertimento, na noite de Natal, onde, após comermos o bacalhau com as couves e batatas e demais guloseimas da época, onde as rabanadas eram rainhas, toda a família jogava ao “Rapa, Tira, Põe e Deixa “, com a ajuda de um pequeno e simples brinquedo de madeira, da família do pião, mas com quatro faces achatadas onde, em cada uma, estava escrita a inicial ou R, ou T ou P ou D… Era um jogo de família, um jogo de convivência, um jogo de regras! Antes de irmos para a cama, púnhamos o sapatinho em cima do grande fogão a lenha e, quase sempre, a pequenada fazia batota… levantava-se de noite para ver o que o Menino Jesus tinha colocado nos nossos sapatos. Ainda acreditávamos em Milagres! (Rosário Sousa )