Visita de Estudo - Oliveira do Hospital

Ontem, a Universidade Sénior de Tomar viajou até Oliveira do Hospital, uma visita de estudo no âmbito da disciplina de Multicultaridade da História de uma Região num país, com as professoras Helena Faustino e Rosário Sousa. Foi uma visita muito interessante, enriquecedora , abrangendo várias épocas do nosso Património Histórico. Iniciou-se o dia com a Visita à Igreja Moçárabe de S. Pedro de Lourosa, igreja paradigmática de uma construção cristã em tempo de ocupação árabe, não sem obedecer a parâmetros estruturais de cariz árabe, como por exemplo, os arcos em ligeira ferradura, em contrapartida desta concessão.
No largo da igreja e mesmo em redor da igreja existe uma extensa necrópole, com sepulturas escavadas na rocha, umas a descoberto, outras enterradas para as proteger da erosão, devido à natureza da pedra.
Visitámos ainda a Capela dos Ferreiros. Capela medieval inscrita numa igreja completamente barroca, com cruz e cavaleiro da ordem hospitalar ou de Malta, e os túmulos e respetivas estátuas jazentes dos beneméritos e eventualmente os senhores das terras circundantes, servindo a capela de apoio ao culto particularmente da família.
Visitámos o Museu do Azeite, que foi criado por um casal de visionários, que começaram por juntar, em sua casa, um conjunto de instrumentos ligados à faina do azeite que iam adquirindo sobretudo em velhos lagares desativados. Assumindo uma forma diferente, ou seja, fazendo-nos circular sob vários espaços correspondentes a um ramo de oliveira, assiste-se a todas as fases da fabricação do azeite, desde os processos mais arcaicos, ao tempo dos romanos, até ao processo dos nossos dias. Tudo isto acompanhado por uma guia, cheia de energia, simpatia e sabedoria!
E para que os registos da visita de estudo não fiquem incompletos da visita de estudo a Oliveira do Hospital, terminámos a receber o pôr do sol no complexo romano da cidade romana da Bobadela, em pleno anfiteatro onde se suspeita que vários gladiadores ali combateram, com feras ou sem elas. O local foi descoberto casualmente, pois estava completamente subterrado, fruto das transformações do desfiar dos séculos...
Possui este complexo um centro interpretativo excecional onde nos é dado contactar com as realidades de outrora, cidade romana, e a transformação de paisagem e deste sítio arqueológico através dos tempos.
Temos de agradecer ao arqueológo Rui Lamy a maestria sábia com que nos acompanhou ao longo do dia, pois ficámos mais ricos com os seus ensinamentos.
Temos um Portugal tão rico, seja em património natural, seja em património histórico e cultural, até mesmo em localidades trancadas entre serras, como esta colina entre as Serras de Estrela , do Açor... e restante complexo montanhoso central.
Em Fevereiro levaremos a cabo a visita do segundo grupo!